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Da araucária, na América do Sul, ao eucalipto azul, da Tasmânia na Austrália, dos baobás de Madagascar a sequoias gigantes da Califórnia, o mundo é abençoado com abundância de espécies de árvores. Quantas? Um novo estudo tem a resposta.
Pesquisadores revelaram, nessa segunda-feira (31), a maior base de dados florestais do mundo, compreendendo mais de 44 milhões de árvores individuais em mais de 100 mil locais de 90 países – ajudando-os a calcular que a Terra tem cerca de 73,3 mil espécies de árvores.
Esse número é 14% maior do que as estimativas anteriores. Do total, estima-se, com base em modelos estatísticos, que existam cerca de 9,2 mil que ainda não foram identificadas pela ciência, com grande proporção na América do Sul.
A região, que abriga a floresta amazônica, de enorme biodiversidade, e as vastas florestas andinas, tem 43% das espécies de árvores do planeta e o maior número de espécies raras, cerca de 8,2 mil.
Árvores e florestas são muito mais do que meras produtoras de oxigênio, afirmou Roberto Cazzolla Gatti, professor de diversidade biológica e conservação da Universidade de Bolonha, na Itália, e principal autor do estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
“Sem árvores e florestas, não teríamos água limpa, encostas de montanha seguras, habitat para muitos animais, fungos e outras plantas, os ecossistemas terrestres mais biodiversos, sumidouros para nosso excesso de dióxido de carbono, depuradores do ar poluído”, disse Gatti.
“De fato, nossa sociedade muitas vezes considera as florestas apenas pedaços de madeira e as árvores como recursos naturais, ignorando seu papel fundamental para a humanidade na prestação de serviços ecossistêmicos que vão além da mera produção econômica – ainda que importante – de madeira, papel e celulose. Das florestas, a humanidade obtêm inspiração, relaxamento, espiritualidade e essencialmente o sentido da vida”, acrescentou Gatti.
A América do Sul tem cerca de 27 mil espécies de árvores conhecidas e 4 mil ainda não identificadas. A Eurásia conta com 14 mil espécies conhecidas e 2 mil desconhecidas, seguidas pela África (10 mil conhecidas e mil desconhecidas), América do Norte, incluindo América Central (9 mil conhecidas e 2 mil desconhecidas), e Oceania, incluindo Austrália (7 milconhecidas e 2 mil desconhecidas).
“Ao estabelecer referência quantitativa, nosso estudo pode contribuir para os esforços de conservação de árvores e florestas”, disse o coautor do estudo, Peter Reich, ecologista florestal das universidades de Michigan e de Minnesota.
Fonte: Agencia Brasil