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Brasil é o quarto país do mundo onde mais se realizam casamentos infantis, tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas.
As uniões de casais, em que um dos dois tem menos de 18 anos, só não são maiores que as da Índia, Bangladesh e Nigéria.
Em 2016, dos cerca de um milhão de casamentos realizados no Brasil, quase 138 mil envolviam crianças e adolescentes.
Os dados são do Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef, e foram debatidos na Comissão Externa Sobre Violência Doméstica Contra a Mulher.
Eles foram apresentados semana passada na Câmara dos Deputados, por representantes do Ministério Público do Piauí.
O que chamou a atenção em relação ao Brasil é que, diferente de alguns países africanos e asiáticos, os casamentos entre adolescentes brasileiros são consensuais e estão relacionados a uma série de fatores, entre eles a pobreza.
E as consequências são maiores para as meninas, como atraso ou abandono escolar, falta de profissionalização, exclusão do mercado de trabalho e restrição da mobilidade e liberdade.
Frequentemente as jovens são as únicas cuidadoras dos filhos e as principais responsáveis pelo trabalho doméstico, enquanto os homens são em média nove anos mais velhos que elas.
O debate discutiu a possível alteração na legislação, que hoje autoriza uniões a partir dos 16 anos, com o consentimento dos pais, e o aumento da conscientização pública sobre as consequências do casamento infantil.
Outras medidas apontadas como importantes foram priorizar a educação sexual no ambiente escolar e oferecer serviços de saúde para a juventude.
Fonte: Agencia Radio2