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A São Silvestre é a prova que todo brasileiro que começa a correr sonha em vencer”, disse hoje (29) o corredor brasileiro Ederson Vilela, que venceu a Volta da Pampulha em 2019.
Um sonho que não se realiza há 12 anos na prova masculina e há 16 anos na corrida feminina. A última vez que o Brasil chegou ao topo da prova foi em 2010, com a vitória de Marilson Gomes dos Santos. No feminino, a última vez que uma brasileira venceu a corrida mais tradicional do país foi em 2006, com Lucélia Peres.
E para chegar ao topo neste ano de 2022, os brasileiros apostam em um ingrediente bem nacional: a umidade. “Se estiver chovendo, mas a umidade estiver alta, vai ser bom. A gente sabe que alguns adversários têm problemas em correr com a umidade alta, principalmente os africanos. Nós, brasileiros, temos vantagem nessa questão. E se estiver calor e a umidade estiver alta, vai ajudar bastante”, disse Giovani dos Santos, o brasileiro que mais vezes chegou ao topo da São Silvestre: seis vezes, com o melhor resultado conquistado sendo um quarto lugar.
“Se estiver um clima razoável, já fica mais complicado para a gente. Eu, que sou especialista em correr com umidade alta e correr em lugares mais abafados, acho que temos condições de levar vantagem se chover. Vamos torcer para que esteja nesse clima para fazermos uma boa prova. Claro que, se estiver ruim para um, vai estar ruim para todos. Mas, sempre alguém leva vantagem em alguma coisa e espero que possamos levar vantagem nessa parte aí”, completou Giovani.
Para a atleta brasileira Jenifer Nascimento, brasileira que chegou ao terceiro lugar na corrida do ano passado, ter participado outras vezes da prova também é um fator que pode trazer vantagem aos brasileiros. “Na minha opinião, ter essas experiências de percurso, ajuda bastante por saber em qual momento da prova você pode conseguir fazer sua estratégia. Todo ano alguns adversários mudam, mas sabemos que sempre vêm adversários fortes. Estamos cientes que estamos treinando e nos dedicando para conseguir fazer o melhor resultado para estar no lugar mais alto do pódio”, afirmou.
“A gente vem se preparando ao longo do ano, mas a São Silvestre fica no final do ano. A preparação no final do ano é mais difícil porque a gente vem de um período competitivo. Mas estamos focados para competir e preparados para a competição”, disse Jenifer.
Já Ederson aposta na experiência. “A gente sabe que é difícil [vencer a São Silvestre], mas a cada ano que passa você vai pegando mais experiência. Ano passado não fui muito bem, tive lesão, mas consegui me recuperar este ano. Cada um tem sua particularidade e vem trabalhando forte para melhorar a cada ano que passa”, completou Ederson Vilela, que teve 2019 como seu melhor ano de desempenho, com a conquista da Volta da Pampulha.
Os principais adversários dos brasileiros, os atletas africanos, apostam na confiança para chegar a mais uma conquista na prova. “Acho que dia 31 posso ser campeão”, disse Maxwell Rotich, atleta de Uganda e que foi campeão este ano da Akzoitia Azpeitia Diego Garcia Memorial Half Marathon, um evento tradicional na Espanha.
“Estou muito bem preparada e tenho certeza de que vou me sair bem”, disse a queniana Vivian Kiplagat, bicampeã da Volta Internacional da Pampulha em 2021 e 2022 e terceira colocada na Maratona Internacional de São Paulo deste ano.
Campeão da Maratona Internacional de São Paulo neste ano, o etíope Tilahun Nigussie vai participar da São Silvestre pela primeira vez. “Treinei bem, estou bem e espero poder ser o campeão”, disse.
Apesar da confiança, eles sabem que a umidade e a temperatura podem atrapalhar seus planos de mais uma vitória na prova. Ainda mais com a possibilidade de enfrentar chuva durante o trajeto.
“Fico impressionada em como os brasileiros conseguem competir aqui, com o calor. Acho que a vantagem está com os brasileiros”, disse Kabebush Yisma, atleta etíope e que foi campeã da Maratona Internacional de São Paulo e da Maratona do Rio de Janeiro neste ano. “É bem difícil competir na chuva: a grande questão é o perigo de se lesionar. Vai ser um desafio, mas vim para participar desse desafio. Já corri uma vez no Brasil com chuva, não foi fácil, você pode deslizar no asfalto, mas vou encarar o desafio”, afirmou.
O etíope Tilahun Nigussie concorda. “É um pouco difícil. Se fosse uma maratona em um dia chuvoso, talvez seria um pouco mais fácil, porque optaria por uma certa estratégia. Mas, como é um percurso mais curto, com muitas curvas, realmente será bem complicado”, disse.
“A chegada da corrida conta com uma subida [na Avenida Brigadeiro Luís Antônio], então, ao tentar fazer esse esforço final, pode haver algum deslize. É um desafio, mas estamos prontos”, completou o corredor.
Já a queniana Vivian Kiplagat e o ugandês Maxwell Rotich não se preocupam muito com a possibilidade de chuva. Mas com a temperatura. “Depende muito da umidade e da temperatura. A chuva não é o problema, o problema é a umidade e a temperatura. Nosso desempenho dependerá mais disso”, disseram.
“Se for um dia chuvoso, vai ser difícil, desafiador. Na Etiópia não estamos acostumados a competir em dias de chuva. Mas, já ganhei três vezes a prova e nessas três vezes choveu”, disse a etíope Wude Aymer, que já participou da São Silvestre antes, obtendo um quarto lugar em 2017.
Para ela, independentemente dos desafios que a prova for impor aos atletas, o que vai importar ao final de tudo isso será o respeito entre eles. “Algo que realmente temos que demonstrar como atletas é o respeito um pelo outro. Aquele que treinou melhor é que será o campeão. Então é necessário que realmente se tenha respeito um pelo outro”, disse, durante entrevista coletiva realizada no final da manhã de hoje (29), em São Paulo.
Mais de 32 mil pessoas se inscreveram para participar da prova, que será realizada no próximo sábado (31). O cronograma de largadas da São Silvestre começa a partir das 7h25, com a saída da categoria cadeirantes. Em seguida, a partir das 7h40, será a vez da elite feminina. A partir das 8h05 é a vez do início da elite masculina, do pelotão premium, dos cadeirantes com guia e do pelotão geral.