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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) intensificou suas críticas ao governo atual e ao judiciário durante manifestação realizada neste domingo (6). Em discurso inflamado no ato pró-anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, Bolsonaro atacou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do Supremo Tribunal Federal.
A manifestação, que ocupou trechos da Avenida Paulista em São Paulo, reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente. Além disso, os participantes, vestidos predominantemente de verde e amarelo, clamavam por anistia aos detidos pelos eventos ocorridos em Brasília no início de 2023.
Durante seu pronunciamento no trio elétrico, Bolsonaro fez declarações contundentes sobre o processo eleitoral de 2022. Segundo o ex-presidente, “o golpe foi dado” em outubro daquele ano, quando ele perdeu as eleições para Lula.
Em tom agressivo, Bolsonaro chamou o petista de “vagabundo”, provocando reações entusiasmadas da multidão presente. Além disso, teceu duras críticas ao Supremo Tribunal Federal, acusando a corte de praticar ativismo jurídico em suas decisões recentes.
O ex-mandatário, portanto, manteve sua narrativa de questionamento ao resultado eleitoral, mesmo após mais de um ano da posse de seu sucessor. Suas palavras, consequentemente, reforçaram o discurso que tem mobilizado seus apoiadores desde então.
Um dos momentos mais marcantes do evento ocorreu quando Bolsonaro recebeu no trio elétrico a mãe e a irmã de Débora Rodrigues. A cabeleireira, segundo relatos, ficou presa por dois anos após pichar uma estátua durante os protestos que foram classificados como tentativa de golpe de Estado.
Este encontro, transmitido pelas redes sociais, comoveu muitos dos presentes. A família de Débora, visivelmente emocionada, agradeceu o apoio do ex-presidente à causa da anistia para os envolvidos nos eventos de janeiro de 2023.
Em seu discurso, Bolsonaro fez menção à saída de Eduardo Bolsonaro para os Estados Unidos. O ex-presidente afirmou que ainda “espera que alguma coisa de fora venha” para ajudá-lo, sem especificar exatamente a que tipo de auxílio se referia.
Ademais, Bolsonaro reiterou sua versão sobre ter deixado o Brasil antes da posse de Lula. “O golpe deles não foi perfeito porque no dia 30 de dezembro de 2022 eu saí do Brasil. Algo me avisou que alguma coisa ia acontecer”, declarou para a multidão.
O ex-presidente insistiu que seria preso no dia 8 de janeiro caso estivesse em território nacional. “Se eu estivesse no Brasil seria preso 8 de janeiro”, afirmou categoricamente, alimentando teorias conspiratórias entre seus apoiadores.
Após finalizar seu pronunciamento, Bolsonaro posou para fotografias com diversos políticos que o acompanhavam no palco improvisado. Entre eles, destacou-se a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Caiado, que recentemente anunciou sua pré-candidatura à Presidência da República para 2026, aproveitou o evento para estreitar laços com o eleitorado bolsonarista. Sua participação, portanto, sinaliza movimentações políticas visando o próximo pleito presidencial.
Especialistas em direito constitucional avaliam que o debate sobre anistia deve seguir intenso nos próximos meses, com repercussões significativas no cenário político nacional.
