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Fome no Brasil chegou ao patamar recorde no fim do ano passado e ultrapassou a média global.
Mulheres e crianças de famílias pobres, e pessoas na faixa etária entre 30 e 49 anos são os mais atingidos.
Segundo a pesquisa global Gallup, realizada desde 2006, a taxa de insegurança alimentar dobrou no país a partir de 2014.
Saltou de 17 para 36% em 2021.
A média global é um pouco menor, 35%.
Os dados são coletados em cerca de 160 países, com aplicação de 125 mil questionários.
Entre os brasileiros mais pobres, 75% afirmaram que faltou dinheiro para comprar alimentos no período de 12 meses antes da pesquisa.
No mundo, a média atinge 48% das pessoas dessa condição social.
A taxa de mulheres com carência alimentar atingiu 47% – 10 pontos acima da média global – e para pessoas de 30 a 49 anos foi de 45% – também acima da média global.
Para Marcelo Neri, diretor do FGV Social, que analisa os dados da pesquisa para o Brasil, o aumento da fome nesses segmentos é preocupante por envolver maior número de crianças que sujeitas a ter a saúde e o desenvolvimento comprometido pela desnutrição.
Outro dado que impressiona é a desigualdade da situação entre as classes dentro do país, com índices para os mais pobres próximos dos países que atingem um percentual mais elevado, como Zimbábue – com 80% de insegurança alimentar.
No entanto, entre os mais ricos, a taxa caiu para 07%, levemente acima da Suécia, país com menor índice no ranking da fome.
Fonte: Agencia Radio2