Vítima relata trauma e família vive clima de medo após agressor ser liberado

Um caso de violência chocou a zona leste de São Paulo nesta semana. Márcio Roberto de Andrade Garcia foi preso em flagrante após atropelar intencionalmente um adolescente de 15 anos que teria se envolvido em uma briga com seu filho na escola. As câmeras de segurança registraram o momento em que o motorista acelerou o carro e atingiu o jovem no tornozelo enquanto ele voltava para casa.

A briga escolar que virou caso de polícia

O conflito começou com uma discussão banal entre alunos. “Foi uma brincadeira com papel higiênico que escalou”, contou o adolescente à reportagem, ainda visivelmente abalado. “Quando vi o carro vindo na minha direção, congelei de medo. Ele nem perguntou se eu estava bem, só desceu do carro me xingando”.

O pai da vítima, Sandro (nome preservado), desabafou sobre o trauma vivido pela família: “A cabeça da gente fica a milhão. Dói ver seu filho chorando de dor e medo, enquanto o agressor é liberado como se nada tivesse acontecido”.

Justiça sob questionamento

Márcio foi detido por dolo eventual (quando assume o risco de matar), mas acabou liberado após pagar fiança – decisão que revoltou a família da vítima. “É justa essa lei?”, questiona Sandro. “Estamos vivendo com medo. Saímos para trabalhar apreensivos e as crianças ficam em casa assustadas”.

A escola onde estudam os adolescentes está prestando apoio psicológico, mas a família afirma que o clima de segurança ainda não foi restabelecido. “Esse homem mostrou que é capaz de tudo”, lamentou o pai, destacando que o agressor sequer procurou a família para se desculpar.

Dados alarmantes

• 73% dos casos de violência escolar envolvem pais agressores (Estudo USP, 2023)
• Só 20% dos detidos por dolo eventual ficam presos antes do julgamento

Próximos passos

O caso segue sob investigação e deve ser encaminhado ao Ministério Público. Especialistas ouvidos pela reportagem explicam que, mesmo liberado, o acusado responderá judicialmente pelo ato, que pode render pena de 2 a 5 anos de prisão. Enquanto isso, a família da vítima busca medidas protetivas e acompanhamento psicológico para superar o trauma.

Denúncias: Disque 100 ou procure a Delegacia da Criança e Adolescente mais próxima